ONU registra 23 mortes e aponta prisão de crianças após protestos na Venezuela
A missão independente da ONU para a determinação de fatos na Venezuela disse, nesta segunda-feira (12), que 23 pessoas morreram e pelo menos 1260 pessoas foram detidas na Venezuela desde o dia das eleições presidenciais, em 28 de julho. A equipe também recebeu informação de que há 100 crianças e adolescentes entre os detidos no contexto dos protestos.
Recentemente, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país cairá em um “banho de sangue fratricida” caso seu partido não ganhasse as eleições e ironizou a preocupação de líderes mundiais, incluindo o Presidente do Brasil, Lula, dizendo: “Quem se assustou que tome um chá de camomila”.
“O governo da Venezuela deve deter imediatamente a crescente repressão que está comovendo o país (…) e investigar a fundo a avalanche de graves violações aos direitos humanos que estão ocorrendo”, afirmou a missão, criada em 2019 para avaliar violações aos direitos humanos na Venezuela.
A equipe da ONU também constatou que os protestos pós-eleitorais “abriram passo para uma feroz repressão pela máquina do Estado, dirigida por suas mais altas autoridades, criando um clima de temor generalizado”.
A maioria das 23 mortes registradas entre os dias 28 de julho e 8 de agosto foram ocasionadas por disparos com armas de fogo. Em 18 casos, as vítimas eram homens com idades inferiores a 30 anos.
A presidente da missão, Marta Valiñas, pediu que as mortes sejam “investigadas exaustivamente” e que se houver confirmação de uso abusivo da força letal pelas autoridades...
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